sexta-feira, 19 de março de 2010

Tecnologia e diversidade: Uma difícil convivência



Carlos Alberto Manzke
Os senhores e as senhoras que produzem e liberam atividades com organismos transgenicos se tem no direito de decidir sobre a vida e a morte de culturas e povos tradicionais. O pior é que estás pessoas fazem isto pensando que estão fazendo um beneficio, uma coisa inocente e que é perfeitamente factível no ambiente em que vivemos. É espantoso como se revela a visão reducionista destes “cientistas” que encastelados na torre do seu pseudoconhecimento decidem dar mais poder a quem já tem a capacidade de controlar a fome no mundo. As empresas que trabalham com os OGMs têm ramificações no mundo todo e se apoderam de sementes tradicionais de milho e as registraram como se fossem suas e desenvolveram sementes hibridas para poder controlar o mercado. Não satisfeitas com isto criam os transgenicos e mutagenicos com a falácia de que é preciso alimentar o mundo e que para isto e preciso a liberação sem restrição quando seu único objetivo é acabar com a segurança alimentar dos povos.
Por outro lado é lamentável que alguns acreditem ser possível uma coexistência entre OGMs e sementes crioulas. Só quem não conhece a realidade do nosso país para ser “ingênuo” a este ponto.
Outro fato que temos que levar em conta é a questão do consumidor. Quantos consumiriam produtos transgenicos se soubessem da sua origem? Porque não rotular estes produtos com um certificado de origem, como acontece com os produtos orgânicos e agroecologicos?
O que acontece em relação aos transgenicos nos dias de hoje é na verdade o que vem acontecendo há muito tempo, mais precisamente apartir do século XIII onde o filosofo Descartes proferiu a celebre frase “penso, logo existo” apartir deste momento o homem começou a se afastar da natureza e com isto passou a ser imediatista e a enxergar o mundo de forma reduzida acreditando que a ciência resolveria todos os problemas que surgissem.
Esta visão reducionista infelizmente permanece até hoje a onde cientistas e mega empresas interessadas tão somente no lucro financeiro nos brindam com pacotes tecnológicos “mágicos” que vão resolver todos os problemas dos agricultores e acabar com a fome no mundo. Apresentam idéias iguais para todo planeta como que fossemos todos iguais e que um único “pacote” tecnológico é capaz de atender a todos.
Na visão imediatista a ciência não vai em busca do causou o problema, mas sim na direção do que pode resolvê-lo. Ora se não sabemos a causa como podemos buscar a cura? Se os cientistas que criam e os que liberam transgenicos não conhecem a complexidade dos agroecossistemas como é que podem deliberar sobre o assunto? Ao que parece os conceitos de bioma, biodiversidade, diversidade cultural são meras teorias e não uma realidade para estes cientistas.

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